18.11.09

Inclusão Social, Palavras ou ação? Por Vânia Moreira Diniz

A inclusão social está sendo veiculada nas reuniões sociais, na mídia, nas conversas informais, mas sem o sentido de verdadeira determinação. Como resultado de algo que toca o coração e aquece o emocional, mas nada de tão definitivo como nós realmente precisamos. Leis, palavras e vontade ajudam, porém não mudam o comportamento, a falta de conhecimento e o preconceito.
Inclusão se faz principalmente com solidariedade, grande dose de amor, mudanças de comportamento, persistência e vontade indomável. E por toda uma população que absorve o conteúdo que está sendo modificado.

Nada adianta falar sobre os que se enquadram nos grupos dos excluídos e não sentir que o primeiro passo para concretização de tal mudança é olhar para essas pessoas com naturalidade e simpatia.

E quando digo excluídos, abranjo todos aqueles carentes não só físicos mas que estejam precisando de um gesto de amor, um sorriso, uma palavra, uma gentileza mas principalmente solidariedade real para que a usemos como hábito benfazejo e prazeroso.

Enquanto pensamos exclusivamente em nossas próprias necessidades supérfluas, enquanto o individualismo lidera no planeta inteiro e as guerras e ódios continuam como podemos crer que o mundo esteja pensando em altruísmo, tentando extirpar o egoísmo e entender o verdadeiro sentido da inclusão?

A ética de convivência com irmãos que fazem a mesma caminhada na terra, deveria ser bastante clara e depender do discernimento de cada um. Já era um passo maravilhoso.

Começar com as nossas crianças, ensinando e orientando-as, falando do amor universal, mostrando a missão que nos compete e o dever a ser cumprido em parcela mútuas e profundas e estimulando a generosidade que inclui a solidariedade de forma mais ampla e persuasiva.

Claro que é importante campanhas que apóiam as pessoas carentes de recursos na área rural e em todos os lugares cuja vida é consumida pela pobreza, falta de meios para uma vida digna.

Mas antes disso tudo, de todas as formas imediatas de ajuda, é preciso a profunda vontade de que todas as pessoas sejam recebidas e estejam dentro de um grupo social condizente, compreensivo, superlativamente harmonioso, onde intrinsecamente a igualdade reine de maneira instintiva e natural. Amor, a apologia do amor.

Receber isso como caridade é o pior que pode acontecer a alguém. As mãos se estendendo num gesto simples e humano sabendo que se fosse o contrário, eles também assim procederiam e incitando a todos que estejam a nosso lado, essa fé indestrutível que a inclusão social é a primeira medida, a mais humana, coerente, intrínseca e que só depois dessa mudança total poderemos crescer interiormente e o planeta poderá encontrar a paz necessária e o verdadeiro entendimento e ternura entre os homens.

Os velhos, deficientes, homossexuais, pessoas necessitadas de cuidados especiais, com condições biológicas diferentes, emocionalmente frágeis, mulheres, raças diversas, fazem parte de um mesmo universo de pessoas que precisamos integrar definitivamente numa inclusão sadia e no mesmo grupo, extirpando o preconceito humilhante e lastimável. O preconceito sim deveria ser algo desprezível distante de nós, seres humanos.

Os diferentes são justamente aqueles tão amargos e indiferentes que se julgam perfeitos e não são capazes de amar a seus semelhantes, porque o orgulho, a vaidade e o egoísmo estão transformando e deformando sua personalidade e seu caráter.

Palavras não bastam, precisamos agir e lutar por esse direito inalienável e que conturba toda uma estrutura que é a exclusão, capaz de tornar o mundo um caos de violência e sofrimento.
Vânia Moreira Diniz

Um comentário:

  1. Parabéns, mana, por sua competência em falar de assuntos tão delicados de forma simples e objetiva. E parabéns, principalmente por sua sensibilidade! beijo. Cris

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