5.6.11

Recordando... Cristianismo e preconceito


Já há algum tempo uma mudança maravilhosa aconteceu em minha vida, em meio a muitas atribulações, sentimentos de angústia e ansiedade que são tão comuns no ritmo acelerado da vida cotidiana.


Descobri que tenho um Amigo, inseparável e com o qual posso contar em todos os momentos. Esta descoberta passou a fazer parte de tudo e esta certeza me deu uma energia, que nunca havia conhecido.


Perguntava-me o que poderia fazer no sentido de partilhar com outras pessoas a paz que levei tanto tempo para encontrar. Perguntava-me também como consegui viver tanto tempo sem tomar conhecimento de Jesus Cristo, seu imenso amor, e  a graça de poder ser filha de Deus.


Em meio a estes pensamentos, só uma certeza se me aparecia de forma clara. A única maneira de levar Deus às pessoas e fazê-las embarcar na mesma viagem  seria por uma proposta norteada pela Palavra de Deus. Desejava imensamente falar desse Deus grande e misericordioso que, do qual um dia me dei conta, e que estava bem dentro de mim. Bem, estaria Ele mesmo dentro de mim? Eu, às vezes não o sabia, e então compreendi que não o poderia prendê-lo jamais em meu coração. Com certeza Ele ali estava. Mas também estava presente no imensidão do mar, no azul do céu, em cada pessoa que encontro no meu dia a dia, e também naqueles que nunca encontrei.


Imperiosa se fazia a proposta de  dizer ao mundo que eu O amo muito e que todos precisam senti-lo em tudo e em todos. Percebendo-O tão próximo, tão inerente a todos, meu pensamento se dirigiu a um tema que muita maltrata a humanidade, o preconceito. É assim que devemos recorrer a Sua Palavra, para que Ele possa nos ensinar o que quer que realmente vivamos.Assim. pouco a pouco, dia a dia,  será  passo por passo na caminhada , num esforço de segui-Lo, de absorver seus ensinamentos e fazer do Seu, o nosso modo de viver.


A idéia do preconceito é por si só a negação dos ensinamentos de Cristo. A primeira coisa que me veio a mente foi a passagem em Levítico 19, 18-10a: "Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor."



Quem seria o "teu povo"? . Encerra-se uma questão em que se entende como povo, o povo de Deus, aquele que está nos templos orando e oferecendo sacrifícios. Algo me dizia que Jesus queria ir muito além do que isto. O povo de Deus... Esta expressão, como tantas outras encontradas na Bíblia, encerram ensinamentos de amor e fraternidade. Sim, acho que o Senhor nos queria dizer que somos todos pertencentes a Ele, destinados a Sua presença divina, a Sua misericórdia, e um dia, com certeza, haveríamos de contemplar a sua Face, sem distinção. Ao menos é esta a Sua vontade.



   Sigamos bem mais adiante, já no Novo Testamento. Em Lucas 10,27 Jesus é questionado sobre a forma de conseguir a vida eterna, ao que Ele responde: O que está na Lei? Referia-se  ao que está em Deut  6,5: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo." Novamente se impõe a questão do próximo. Desta vez é Jesus Cristo que esclarece, ao contar a parábola do bom samaritano (Lc10,25-37). Jesus mostra nesta passagem que não existe pessoa excluída, somos todos o “Seu Povo” e que o próximo é aquele com quem se tem um relacionamento, alguém com quem se fala, se encontra ou simplesmente se avista. Pedia para amá-Lo com todo o coração  e falava no próximo... Eu era capaz de amá-Lo de forma completa e absoluta, entregando-me de corpo e alma e Lhe pedindo para dominar todos os meus sentidos.

Mas o próximo... Seria eu capaz de amá-lo com tanta intensidade? 


Quando entro na mensagem de Deus, os meus pensamentos vão se sucedendo de forma magnificamente acelerada. Claro, agora percebo... o próximo... mas Jesus está ali, em cada sorriso de um homem, transmitindo-lhe alegria, em cada lágrima de um filho Seu, enxugando-lhe o rosto no toque doce de Suas mãos, em cada carência do meu irmão, confundindo-lhe o estado de ânimo com Suas próprias sensações no alto da cruz... Realmente, eu posso amar meu irmão, pois agora vejo Jesus Cristo, posso perceber Sua doce presença, os olhos bonitos e expressivos, ora me enviando uma alegria ímpar, ora me dizendo de sua dor por cada dor de seu povo, o povo de Deus, e sempre culminando com o abraço e a oferta de seu ombro, onde nada mais me podia atingir. Sim, eu posso sentir, Seus braços fortes e protetores, a presença divina, e uma brisa que me envolve e me leva a uma inimaginável paz.



Coloquemos em prática este ensinamento de Jesus Cristo. O preconceito não pode encontrar abrigo dentro de uma perspectiva de vida cristã. Na epístola de São Tiago, capítulo 2, versículo 9  temos:  "Mas se vos deixais levar por distinção de pessoas, cometeis uma falta e sereis condenados pela lei como transgressores."

Se não acredito que Jesus, está ali, estou negando Seu sacrifício na cruz, Suas dores e torturas, Sua morte ressurreição.  Pois Jesus está em cada um de nós e com certeza presente nos mais íntimos sentimentos humanos. Basta de ressentimentos, basta de diferenças, pois o mesmo Cristo que vive em mim, vive em toda  a humanidade.
Não se pode conceber um seguidor de Nosso Pastor, que possa imaginar existir alguém que não seja participante da obra de Nosso Pai, obra que inclui o Povo de Deus.



Olhemos então com mais atenção para nosso próximo, este entendido todo homem, que foi criado a imagem e semelhança de Deus, e que por essa razão é nosso irmão e filho de Nosso Pai. Até porque, se acharmos que alguma pessoa não é merecedora de ser filho de Deus, deveríamos incluir nesta hipótese todos nós, pois não merecemos o Amor de Deus, nós o temos por Graça Pura.

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